sábado, 21 de maio de 2011

Mauritsstadt dub






Alteradores de estado em Mauritsstadt Dub

Em
2005, Mauritsstadt dub saía pelo Candeeiro Records, pequeno e
significativo selo pernambucano. Álbum duplo que até hoje não teve seu
reconhecimento merecido, trata-se de uma compilação que vê e revê a música de
rua do Recife e de seus arredores. O projeto faz conexão entre 10 mestres
populares e uma rede de produtores musicais contemporâneos da cidade, além de colaboradores
de São Paulo e Nova York.



O título faz referência à Cidade Maurícia – ou Recife à época da ocupação
holandesa (1630-1654) –, ocasião em que os pernambucanos experimentaram pela
primeira vez o cosmopolitismo e o uso avançado da tecnologia. Além dos resquícios
arquitetônicos do Brasil holandês, a reconquista entrou no imaginário como
recordação de um tempo fabuloso e quase mítico, como aponta o historiador
Evaldo Cabral de Mello.

Mauritsstadt dub é mão e contramão. Recife de dentro pra fora. Olhares
voltados para si e para o mundo. A Mauriceia que se divide entre a tradição
musical das ruas e a música das máquinas.
Em meados dos anos 2000, o álbum revelava uma nova maneira de registrar
e se relacionar com os artistas populares. Sessões de gravação em estúdio “pop”
colocavam esses músicos em outra categoria. Depois, os “ecos” de sua música,
revista e sampleada por um time de notório conhecimento.

Sem falar na ideia de ter o dub como ponto de partida para a recriação,
evento que faz conexão a outros periféricos americanos ou a uma pequena ilha no
Caribe, onde o “duplo” foi inventado nos anos 1960 a partir do emprego de baixa
tecnologia.



O objetivo do disco é colocar lado a lado artistas populares e representantes
(de peso) da música pop. “Era uma forma da gente tirar essas pessoas daquele
estigma de que o artista popular tem que ficar no interior, na sua casinha e
vivendo de outras coisas. A gente tentou mudar isso com a cena dos anos 90, com
o manguebeat. A gente tentou resgatar essas pessoas e mostrar para o mundo que
essa cultura pode transitar tranquilamente pelo universo pop”, diz Pupilo,
percussionista da Nação Zumbi e um dos produtores do álbum, em entrevista ao
programa veiculado originalmente em abril de 2005.

“Isso é coisa do desenvolvimento da cultura popular”, diz Mestre Salu
(1945-2008), ícone do movimento mangue. “Eu mesmo não esperava que a cultura
popular fosse chegar no nível que alcançou hoje. O povo pesquisando, gravando e
tocando nas melhores rádios dos Estados Unidos, do exterior, e fazendo
sucesso”, avalia o “Mestre de Chico Science”, em longo papo que travado em
Garanhuns em julho de 2001.


CD-1 Versão
Roots


1. Forró de aliança (Mestre salustiano)
2. Toada de cavalo Marinho (Boi brasileiro de Itaquitinga)
3. Quem me deu foi lia (Lia de Itamaracá)
4. Recife d'água (Zé Neguinho do coco)
5. Roda, rodete, rodeano (Caju e castanha)
6. Música de caboclo tocada no pifano (Banda de pífanos dois irmãos)
7. Juntando côco (Dona cila do côco)
8. O passarinho (Seu bezerra)
9. Na mais alta montanha da saudade/Te espero com toda paciência
10. Macaco (Naná Vasconcelos)
 Download: http://sharebee.com/752e6311

CD-2 Versão Dub


1. Forró de aliança (Mamelo sound system)
2. Toada de cavalo marinho (Scott Hard)
3. Quem me deu foi Lia (Pupillo)
4. Recife D'Água (Dj Dolores)
5. Roda, Rodete, Rodeano (Kassin e Berna Ceppas)
6. Música de caboclo tocada no Pifano (Capenga Sample)
7. Juntando côco (Instituto)
8. O passarinho (Fred zero quatro/Buguinha Dub)
9. Na mais alta montanha da saudade, te espero com toda paciência (Apolo 9)
10. Macaco (Fábrica)
11. Bonus Track - Forró de aliança (Arto Lindsay e Melvin Gibbs)






 

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