Os que têm um mínimo de conhecimento em quadrinhos sabem da importância de Alan Moore para a indústria de quadrinhos e para a nona arte em si. Ele é, ao lado de Will Eisner,
o principal responsável por (e)levar os quadrinhos ao status de arte,
com obras grandiosas, e narrativa apurada. Como ele mesmo fala, um
roteirista que pensa unicamente em quadrinhos como cinema, vai fazer um
filme congelado… e com balões. Mas Moore pensa diferente. Ele força as
“novelas gráficas” até ao seu limite narrativo. Para os que assistiram e
acharam tudo balela (e obviamente não conhecem o autor), basta ler uma
de suas HQ’s essenciais. Pode ser Watchmen, V de Vingança, A Liga Extraordinária, Monstro do Pântano ou Do Inferno.
Quem quer que as tenha lido, julga impossível fazer uma transposição à
contento para qualquer outra mídia que seja. Ela nasceu quadrinhos e é
assim que ela deve ser. Em tempos mais atuais ele fez isso de novo com Promethea,
principalmente no quesito narrativa visual. O último número da série,
por exemplo, é um grande pôster que pode ser lido das mais diferentes
formas e interpretado de várias maneiras.
A forma que Moore encara o mundo é a grande estrela
desse documentário/entrevista. Seus pontos de vista sobre sexo – que
levou a criação de Lost Girls, que
infelizmente ainda não li – que é colocado como a perfeita antítese da
guerra (um dá a vida e o outro a tira), magia, tempo, e consciência
humana são dignos de nota, e mesmo que você não creia em absolutamente
nada que ele falou, merece ao menos ouvi-lo.
Como complemento às palavras do barbudo inglês,
surgem imagens de excelente qualidade. São ilustrações feitas para as
revistas do autor, imagens psicodélicas, que sobrepõe Moore falando
sobre mestres xamãs do passado, ou sobre o retrocesso da ciência atual.
Sem dúvida é um trabalho belíssimo. Destaque também para a trilha
sonora, criada por Drew Richards, que mistura diversos elementos
musicais, como o rock e o techno para criar algo único.
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